segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A lei da vida

Nos últimos 2 anos minha família tem travado uma incansável luta contra o cancer da minha mãe. Durante todo esse tempo em que ela esteve fazendo quimioterapia aqui em Porto Alegre, eu a acompanhei nas internações. A cada 15 dias passávamos 3 dias e 2 noites no hospital. E quando eu fiquei grávida, não foi diferente. Aguentei firme, com barrigão e tudo. Dormir no sofázinho duro, ser acordada de 30 em 30min pelas enfermeiras e conviver com aquele cheiro típico de hospital foi FÁCIL.

O difícil era saber que dentro de mim eu carregava uma vida, enquanto a minha mãe carregava a morte.

Durante esses últimos anos minha mãe tem carregado a morte, mas nem por isso desistiu de viver. Nós tentamos TUDO. Mas essa doença maldita é cruel demais.

No mesmo dia em que eu recebi as chaves do meu apartamento novo, recebemos também a pior notícia até então. O cancer, que começou no intestino e já havia passado pro fígado, agora também atingiu pulmão e chegou ao cérebro da minha mãe. Um tumor de 2,5cm no lobo frontal esquerdo está paralisando todos os movimentos do lado direito e impede que ela faça coisas simples como vestir a própria roupa, segurar os talheres ou pegar o neto no colo. Injustiça é pouco.

E assim está sendo a minha vida, uma mistura de felicidades e tristezas. Enquanto vejo orgulhosa meu filhote aprendendo a usar as maozinhas, vejo também a minha mãe "desaprendendo" a pegar as coisas.

E infelizmente é isso que os próximos meses nos reservam. Vou comemorar a evolução do meu filho ao mesmo tempo que acompanho a desintegração da minha mãe.

3 comentários:

Dos Santos disse...

não posso falar nada, apenas *colo.

Flavinha disse...

Dé, já passei por td q vc ta passando, sei que não é fácil...mas seja forte! Faça td que puder por sua mãe, estou orando por vc's! Beijos no seu coração.

Michelle disse...

Força amiga!!!
É dificil encarar tudo isso, eu sei, mas temos q ter muita força...não pense somente no pior, aproveite cada dia com a sua mãe, faça ele feliz sempre, é a unica coisa que podemos fazer aos nossos pais todos os dias. Eu já perdi o meu pai e sei que é muito dificil encarar uma situaçao como esse, por FORÇA...
Estamos aí tá bom!!!